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segunda-feira, 10 de novembro de 2014

A ditadura do 36

Depois de tanta polémica à volta de corpos perfeitos, da ditadura das beldades magras e esbeltas, das Victoria's Secret e das Jessicas Athaídes deste mundo, em que há marcas que diminuem os tamanhos e aumentam as etiquetas, das que não têm mamas e das que têm mamas e rabos e outras carnes em excesso, das que não gostam do corpo, das que sacrificam o corpo (não sei se já repararam mas há uma "febre" com as corridas, os ginásios e os abdominais, com as papas de aveia, os integrais, as sementes e tal) e das que aceitam o corpo porque dá muito trabalho a mudá-lo...

A mim apetece-me algo... Só tenho fome. Só penso em comida. Só me apetece comer. Acho que parte da ansiedade também se reveste de gula. Mas estabeleci um horário para comer e tento cumprir. Vou ficar gorda, a roupa já não me serve (e agradeço à Nana Pippa, à minha mãe, à R. e à C. que me têm emprestado roupa) e sei que será um estado passageiro mas não sei durante quanto tempo assim ficarei. Se me agrada? Não, mas tento não me preocupar, porque a minha essência procuro manter e não sou modelo, por isso as curvas não são o que me sustenta! 

O que me preocupa é a pressão para um corpo magro muito para além do saudável e aceitável. E o que posso dizer? O que realmente importa é sentir-nos bem e sermos felizes! É uma questão de aceitar-nos como somos, pois somos conteúdo e não só embalagem! Quando aceitarmos isso, tranquilamente e sem dúvidas, conseguiremos superar tudo o que possam dizer, tudo o que nos apeteça comer e a roupa que conseguirmos vestir, porque sabermos que com calma chegaremos a bom porto. 


P.S. O meu umbigo, outrora capaz de acolher água que dava para encher uma piscina olímpica e cotão para encher um edredão de casal, desapareceu e nem dá para albergar uma migalha minúscula. =D

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