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segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Saudosismo do "Bom Dia!"

Nasci na Capital. Morei na cidade. Mas os meus pais, assustados com o rumo que a sociedade estava a tomar (por exemplo, o stress que era conseguir estacionar o carro, lembro-me do meu pai dizer) e os perigos (o que nos levava a brincarmos raramente na rua, não falávamos com estranhos, mal conhecíamos os vizinhos dos prédios em redor, ...) resolvessem mudar-se. E aos 14 anos fui morar para o campo. 

O ar puro. O acordar com os pássaros e as galinhas (e até, mais tarde, com o relinchar do burrito) e não com o barulho dos aviões a rasgar os céus! 
Claro que não haviam tantos transportes (1 de hora a hora!), não haviam lojas para visitarmos depois das aulas e pouco havia ali ao pé. Mas podíamos jantar no quintal e que bem que sabe!

Lembro-me de estranhar, um dia quando ia para a escola, de um vizinho da rua me dar os bons dias. Acho que fiquei assustada, "não fales com estranhos" soou na minha cabeça. Mas a partir daí sempre cumprimentei as pessoas que encontrava, ao início a medo, mas depois abertamente. E era estranho. Mas não deixava de sentir alguma alegria nisso (ainda hoje, passados alguns anos, ainda sorrio com essa lembrança).

Não sei se será por isso, que muitas vezes passo por pessoas e saúdo-as! Algumas respondem-me com um sorriso, outras não (a essas já não volto a dizer nada, ficam "riscadas", confesso). E penso que as pessoas, nas cidades, acham isso estranho (como eu achei), mas no fundo presumo que anseiam por um "Bom Dia"!


E digam lá se não acham que isso até dá para aquecer?


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