Firmoo

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Depois do post anterior tenho que dizer que nem tudo está perdido. E passo a explicar:
Tenho um enorme respeito e admiração pelos velhotes (e atenção que este nome é-me altamente carinhoso!), mas muitos serão os casos de abandono e profunda solidão que sofrem. E ia eu no autocarro, quando uma velhota se sentou ao pé de 3 jovens (de aproximadamente 18 anos) que iam a conversar entre si e estavam a falar da estação de metro que estávamos a passar. A senhora meteu-se amavelmente na conversa e explicou o trajecto dessa linha do metro. Os rapazes disseram-lhe que não eram de Lisboa e que tinham entrado na faculdade, pelo que ainda estavam a descobrir a cidade. E eu achei maravilhosa a conversa!


Encheu-me o coração ver aqueles jovens a falar com a senhora (e todos sabemos como os velhotes gostam de falar e se sentem sozinhos, e ao darem-lhes atenção até revigoram!) E assim foi. Falaram, trocaram opiniões, a senhora foi-lhes indicando os sítios de referências, foi sugerindo onde deveriam ir, o que visitar, o que conhecer. E os jovens ouviram e este gesto enterneceu-me. Poderiam, ao serem 3, não terem dado troco à velhota, típico da irreverência comum da idade, entraram na Universidade, a morarem sozinhos em Lisboa, já são muito crescidos e não estão para isso. Mas não. Foram de uma educação e simpatia imensuráveis.
No fim, e porque saíram na mesma paragem que eu, tive a oportunidade de os ver a despedirem-se da velhota, que lhes desejou "boa sorte e que tudo vos corra bem".

E é assim. Como momentos simples podem ter o dom de encher o coração. Tentarei não esquecer este simples gesto. Porque as coisas boas devem ficar retidas na memória.

E assim recuperei a fé na Humanidade!

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